sexta-feira, 22 de maio de 2009

Tempo

Meu verso cantado em temas
É o inverso do que penso agora ser meu tempo
Sem tempo de ser tempo
Por não haver tempo pra mais nada


Meu tempo se torna o poema
Exultado em versos
que em passos lentos
Desnuda meus sentimentos

É lento meu tempo que passa sereno
Ao passo que seus passos
Calam meus pensamentos
Ainda assim reinvento meu tempo

Tempo que agora vem em prosa, em temas
Em versos, poemas
Tempo que passa correndo
Quando já não temos mais tempo

Existe tempo de amar, tempo de chorar
Tempo de seguir, tempo de ficar
Tempo de fazer escolhas, de renunciar
Distribuir favores, Tempo de descansar

Meu tempo é poético, e sendo meu, não tem pressa
Tempo que por ser vida, a torna mais intensa
Tempo cantado em temas, dividido em versos
Que se torna meu poema



quarta-feira, 20 de maio de 2009

Epitáfio

aqui jaz Leid.
Que viveu intensa e profundamente
A vida alheia
Que sofreu, chorou
Doou-se aqueles que estavam ao seu redor
Que enxugou lágrimas e extraiu sorrisos
Que pensava estar sozinho
Que acreditava no próximo
Mas nunca acreditou em si mesmo
Que acreditava na amizade
Mesmo sem nunca ter se sentido a vontade em chamar alguém de amigo
Que amou e foi amado
Que por ser bom, foi odiado
Que escondia sua tristeza atrás do mais belo sorriso que tinha
E assim esquecer a dor de viver uma vida sem cor
Esculpida como se fosse uma noite sem estrelas que nunca verá o sol
Que deixou inconsoláveis
Familiares e amigos
E os anjos do Céu em júbilo
Saúdam sua chegada
Tão precoce, mas tão esperada
Por não haver mais lugar para ele
Aqui

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Alma Triste


Quem dirá um dia que minha alma sorriu
Se ela sempre vazia, tenta se preencher na vasta escuridão
Caminhando sozinha, devota
Busca compaixão
Reverter a vida
Por não aguentar o revés da solidão


Luta, grita
Universaliza-se
Almeja apenas sua redenção
Reflexiva, intuitiva
Torna-se uma efígie da dor
Reflete a imagem do submundo da dor


Solitária, andante
Perturbada, distante
Fria, muito fria
Vive na mais extrema e incessante solidão


Minha alma nunca sorriu
Apenas sentiu, chorou
Se entregou
Tornou-se apenas alma
Fadada a eterna dor


Minha alma não é nada
Continuará sendo nada
Imemorável
vagando na imensidão
Procurando eternamente pelo seu perdão



segunda-feira, 11 de maio de 2009

A Morte

Ela está aqui
Sempre a me observar
Com seus olhos a me chamar
Com seu corpo a me desejar
Ignorando a todos
Desprezando a todos
Ela quer apenas eu
Ela deseja somente a mim
Com seu charme a me seduzir
Com seus passos a me seguir
Suas palavras se dirigem apenas a mim
Sua voz se endereça apenas a meus ouvidos
Ela quer apenas eu
Ela quer me maltratar
Ela deseja me abraçar
Ela quer me possuir
Ela quer apenas eu
Tento fugir
Tento me desvencilhar
Mas ela está sempre onde vou
Tento me desprender
Mas ela me chama
Ela me atrai
Ela quer me possuir
Estou sempre sozinho
Me sinto muito sozinho
Não vou resistir
Vou apenas me entregar
Agora sei que devo segui-la
Ela é meu destino
Sim, eu sei quem ela é
Ela é minha sorte
Ela é simplesmente
A minha Morte.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O quão profundo pode ser a tristeza
Quando esta vem abraçada a uma esperança inexistente
E mesmo totalmente forte em mim
Não consigo impedi-la de se tornar meu próprio ser
E eu de me tornar apenas algo insignificante na arte de sentir
O quão triste pode ser a vida
Quando a felicidade está presente
mas a tristeza onipresente
e está em tudo o que você vê
E assim minha vida torna-se algo onírico
E eu, totalmente onisciente
Ainda não entendo o porque
Será porque meu amor é módico
e sem forças de se sustentar
Mas apesar de minhas desventuras
Meus devaneios um dia irão cessar
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